quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Administração Científica

Ênfase nas Tarefas
Administração Cientifica é o nome que recebeu por causa da tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da administração, a fim de alcançar elevada eficiência industrial.
Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da administração são a observação e a mensuração.
A escola da Administração Cientifica foi iniciada no começo deste século pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor (1856-1915), considerando o fundador da Moderna Teoria Geral da Administração. Taylor teve inúmeros seguidores (como Ford e outros) e provocou verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial da sua época.
Sua preocupação original foi tentar, eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial.
A Administração Cientifica representa uma primeira aproximação teórica aos estudos da administração empresarial e localizou-se inicialmente no plano do trabalho individual de cada operário tomado isoladamente. Até então, a escolha do método de trabalho era confiada ao próprio operário que se baseava na sua própria experiência profissional. Isso fazia com que as indústrias americanas revelassem uma profunda disparidade de métodos de trabalho, pois cada operário tinha o seu esquema pessoal de trabalho, o que dificultava a supervisão, o controle e a padronização de utensílios e ferramentas de trabalho.
Taylor procurou tirar o operário o direito de escolher a sua maneira pessoal e executar a tarefa – no que foi bem sucedido – para impor-lhe um método planejado e estudado por um profissional especializado no planejamento das tarefas.
A técnica para se chegar ao método racional era o estudo de tempos e movimentos. Seus principais objetivos são:
1. Reelaboração da tarefa para fazer com que os movimentos sejam mais simples e mais rápidos;
2. Desenvolvimento de padrões mais eficientes de movimento para os trabalhadores, de modo que possam fazer o trabalho mais rapidamente;
3. Estabelecimento de padrões para que certas tarefas sejam usadas como base para a determinação de escalas de pagamento e como critérios de avaliação dos trabalhadores;
4. Desenvolvimento de uma descrição completa de tarefas para ajudar no processo de recrutamento de seleção de novo trabalhadores, orientação e treinamento dos mesmos.
Taylor tinha uma imagem materialista e utilitarista da natureza humana e o preconceito de que o desperdício industrial era causado pela vadiagem dos operários.
Taylor e seus seguidores se preocuparam em construir um modelo de administração baseado na racionalização e no controle das atividades humanas. Ao buscar uma produtividade sempre maior, a Administração Cientifica voltou-se para a tecnologia de produção em massa, cujos princípios são:
1. Padronização
2. Racionalização do trabalho
3. Movimento ordenado do produto, através da linha de montagem, numa série de operações planejadas em postos de trabalhos específicos
4. O cuidado com o arranjo físico e a disposição racional das máquinas e equipamentos.
Ênfase na Estrutura
É a fase em que administrar é sobretudo planejar e organizar a estrutura de órgãos e de cargos que compõem a empresa, é dirigir e controlar as suas atividades. Verifica-se que a eficiência da empresa é muito maus do que a soma da eficiência dos seus trabalhadores, e que ela deve ser alcançada por meio da racionalidade, isto é, da administração dos meios (órgãos e cargos) aos fins que se deseja alcançar. A preocupação com a estrutura da organização constitui ema enorme ampliação do objeto de estudo da T.GA. São três as abordagens relacionadas coma estrutura organizacional: a Teoria Clássica de Fayol, a Teoria da Burocracia de Weber; e a Teoria Estruturalista. Cada uma dessas três abordagens será representada a seguir:
A1) Teoria Clássica
A primeira abordagem nasceu com Henri Fayol (1841-1925), engenheiro Francês que inaugurou a abordagem anatômica e estrutural da empresa, substituindo a abordagem analítica e concreta de Taylor por uma abordagem sintética, global e universal.
Fayol teve a infinidade de seguidores (Gulick, Mooney e outros) e defendia uma visão anatômica da empresa em termos de organização formal, isto é, a síntese dos diferentes órgãos que compõe a estrutura organizacional, suas relações e suas funções dentro de um todo.
- Para Fayol, toda empresa possui seis funções básicas, a saber:
1. Funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa.
2. Funções comerciais, relacionadas com a compra, venda e permutação de produtos.
3. Funções financeiras, relacionadas com a procura e gerencia de capitais.
4. Funções de segurança, relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas.
5. Funções contábeis, relacionadas com os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas.
6. Funções administrativas que coordenam e sincronizam as demais funções da empresa pairando sempre acima delas.
A função administrativa, contudo, não é privativa da alta cúpula; ela se reparte proporcionalmente por todos os níveis da hierarquia da empresa. Existe uma proporcionalidade da função administrativa.
À medida que se desce na escola hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa, e à medida que se sobre na escola hierárquica, mais aumentam a extensão e o volume – funções administrativas. Ou seja, quando mais técnico, menos administrativo; e quanto mais administrativo, menos técnico.
A2) Fayol define o ato de administrar como:
1. Prever. Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.
2. Organizar. Constitui o duplo organismo material e social da empresa.
3. Comandar. Dirigir e orientar o pessoal.
4. Coordenar. Ligar, unir os atos e esforços coletivos.
5. Controlar. Verificar se tudo ocorre como o previsto.
A3) Fayol, para operacionalizar o seu pensamento, criou uma lista de princípios gerais da administração.
1. Princípio da divisão do trabalho: É o princípio da especialização. Consiste na designação de tarefas especificas a cada um dos órgãos que compõem a empresa.
2. Princípio da autoridade e responsabilidade.
3. Princípio da unidade de comando: Cada pessoa deve receber ordens de um e apenas um superior (gestor). É o princípio da autoridade Única.
4. Princípio da hierarquia ou cadeia escalar: A autoridade deve estar disposta em uma hierarquia, isto é, em escalões hierárquicos, de tal maneira que um nível hierárquico deve estar sempre subordinado ao nível hierárquico superior.
5. Princípio da departamentalização: Deve-se agrupar na mesma unidade todos os que estiverem trabalhando pelo mesmo processo, para a mesma clientela, no mesmo lugar.
6. Princípio da coordenação: É a distribuição ordenada do esforço da empresa, a fim de obter unidade de ação na consecução de um fim comum.
Ênfase nas Pessoas
É a fase em que administrar é, sobretudo, lidar com pessoas. Esta abordagem da T.GA. procura enfatizar as pessoas dentro das empresas, deixando em segundo plano a estrutura e as tarefas. É a chamada abordagem humanística, podendo ser desdobrada em duas escolas ou teorias: a Escola das Relações Humanas e a Teoria Comportamental.
Escola de Relações Humanas
A primeira colocação da abordagem humanística – A Escola de Relações Humanas teve em Elton Mayo (1880-1949) e Kurt Lewin (1890-1947) seus principais precursores. Trata-se da abordagem mais democrática e liberalizante ocorrida na T.GA e teve seguidores importantes.
Surgiu como uma teoria de oposição e combate a Teoria Clássica alicerçada sobre as obras de Taylor e Fayol cuja hegemonia coibia tranquilamente as três primeiras décadas deste século.
Disposta a democratizar e humanizar a administração das empresas e fortalecer e reforçar seus pontos de vista, a Escola das Relações Humanas negou ou emitiu todos os conceitos desenvolvidos e afirmados pela Teoria Clássica – Como os de organização formal, autoridade e responsabilidade, hierarquia, unidade de comando, estudos de tempos e movimentos, eficiência, departamentalização, princípios gerais de administração etc. – para substitui-los por outros conceitos desenvolvidos a partir da psicologia e sociologia industrial – tais como organização informal, motivação, incentivos sociais, dinâmica de grupo, comunicação, liderança etc.
O administrador típico da Teoria Clássica – Eminentemente técnico voltado para os aspectos lógicos da organização, cedeu lugar, ao administrador típico dessa nova abordagem, eminentemente humanista e voltado para os aspectos psicológicos e sociológicos da organização.
Os pianos de incentivo salarial, fundamentados na concepção do homo econômicos, foram substituídos pelo incentivo social simbólico, fundamentado na concepção do homo social. Segundo essa concepção, o homem é motivado basicamente por recompensas sociais e simbólicas, pois as necessidades psicológicas do ser humano são mais importantes do que a necessidade de ganhar mais dinheiro.
Um dos principais objetivos do movimento humanista foi quebrar o excessivo controle hierárquico e encorajar a espontaneidade dos trabalhadores. Os autores humanistas são unânimes quanto a um diagnóstico básico: as organizações de larga escala tendem a bloquear o crescimento individual e disfuncionais, como greves, redução do trabalho e competição destrutiva.
Empreendedorismo
É a capacidade de sonhar e buscar a realização do sonho.
Empreendedorismo quer dizer pelo menos três coisas:
·         A capacidade individual de empreender
·         O processo de iniciar e gerir um empreendedorismo
·         O movimento social de desenvolver o espirito empreendedor.
O interesse de toda a sociedade em relação aos pequenos negócios é explicado pelo seu grande significado político e econômico. Político porque as micro e pequenas empresas funcionam como fator de equilíbrio da estrutura empresarial brasileira e coexistem com as grandes empresas.
Econômico porque geram grande número de empregos, por isso, contribuem muito na geração de receitas e na produção de bens.
Para se ter uma ideia, das 470 mil empresas registradas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) no Brasil em 1998, 34% foram enquadradas como micro empresas e cerca de 50% era pequenas e médias. Ou seja, pelo menos 84% desses empreendimentos, no país, são de pequeno porte. No entanto, muitos empresários não conseguem manter portas abertas por muito tempo 56.291 empresas foram extintas em 1998, 11,4% a mais que no ano anterior. Pesquisas SEBRAE-SP mostram que cerca de 58% das empresas de pequeno porte abertas em São Paulo não passam do terceiro ano de existência. O que leva tantas empresas à extinção? O que faz com que outras sobrevivam aos trancos e barrancos?
O fracasso pode estar ligado à falta de dinheiro no mercado, escassez de recursos próprios etc. Mas outras causas podem estar nos próprios empreendedores, isto é, a falta de habilidade administrativa, financeira, tecnológica e mercadológica.
A força que empurra o empresário para o sucesso é, se dúvida, a vontade de enfrentar o desafio de abrir o próprio negócio. Mas somada à essa vontade tem que haver a disposição para adquirir conhecimentos e para desenvolver comportamentos adequados a empreendedores bem-sucedidos. Pesquisas feitas com empresários bem-sucedidos identificaram qualidades especiais comuns a todos eles. Aproveitando essa “receita” montou-se um decálogo do empreendedor de sucesso. Dez itens revelam a personalidade de homens e mulheres que foram à luta e obtiveram seu lugar no mercado.
Assumir riscos
Está é a primeira e uma das maiores qualidades do verdadeiro empreendedor. Arriscar conscientemente é ter a coragem de enfrentar desafios, de tentar um novo dinamismo.
Um empreendedor de sucesso nunca se acomoda, para não perder a capacidade de fazer com que simples ideias se concretizem em negócios efetivos. Manter-se sempre dinâmico e cultivar um certo inconformismo diante da rotina é um de seus lemas preferidos. Independência determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos, ser seu próprio patrão, enfim, buscar a independência é a meta mais importante na busca do sucesso. O empreendedor deve ser livre, evitando protecionismo que, mais tarde, possam se transformar em obstáculos aos negócios. Só assim surge a força necessária para fazer valer seus direitos de cidadão-empresário.
Otimismo
Esta é uma característica das pessoas que enxergam o sucesso em vez de imaginar o fracasso. Capaz de enfrentar obstáculos, o empresário de sucesso sabe olhar além e acima das dificuldades.
Tino empresarial
O que muita gente acredita ser um “sexto sentido”, intuição, faro empresarial, típicos de gente bem-sucedida nos negócios é, na verdade, na maioria das vezes, a soma de todas as qualidades descritas até aqui. Se o empreendedor reúne a maior parte dessas características terá grandes chances de ter êxito. Quem quer se estabelecer por conta própria no mercado brasileiro e principalmente, alçar vôos mais altos, na conquista do mercado externo, deve saber que clientes, fornecedores e mesmo os concorrentes só respeitam os que se mostram à altura do desafio.
Identificar oportunidade
Ficar atento e perceber, no momento certo, as oportunidades que o mercado oferece e reunir as condições propícias para a realização de um bom negócio é outra marca importante do empresário bem-sucedido. Ele é um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.
Conhecimento
Quanto maior o domínio de um empresário sobre o ramo de negócios, maior é a sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações obtidas em publicações especializadas, em centros de ensino, ou mesmo de “dicas” de pessoas que montaram empreendimentos semelhantes.
Organização
Ter capacidade de utilizar recursos humanos, materiais e tecnológicos de forma racional. Resumindo, ter sendo de organização. É bom não esquecer que, na maioria das vezes, a desorganização principalmente no início do empreendimento compromete seu funcionamento e seu desempenho.
Tomar decisões
O sucesso de um empreendimento, muitas vezes, está relacionado com a capacidade de decidir corretamente. Tomar decisões acertadas é um processo que exige o levantamento de informações, análise fria da situação, avaliação das alternativas e a escolha da solução mais adequada. O verdadeiro empreendedor é capaz de tomar decisões corretas, na hora certa.
Liderança
Liderar é saber definir objetivos, orientar tarefas, combinar métodos e procedimentos práticos, estimular as pessoas rumo das metas traçadas e favorecer relações equilibradas dentro da equipe de trabalho, em torno do empreendimento. Dentro e fora da empresa, o homem de negócios faz contatos. Seja com clientes, fornecedores e empregados. Assim, a liderança tem que ser uma qualidade sempre presente.
Dinamismo
É bom lembrar que o empreendedor, não necessariamente, é um gerador de boas ideias, e sim uma pessoa que implementa oportunidade, de uma ideia que está vinculada a um produto ou serviço que agrega valor ao consumidor, seja através da inovação ou da diferenciação.
  Um empreendedor pode transformar ou identificar uma boa ideia em uma oportunidade de negócio.
Desde as duas últimas décadas, a área de informática tem sido uma fonte de inspiração para novas oportunidade de negócios. Pessoas comuns tiveram boas ideias e as transformaram em oportunidade de negócio, gerando empregos. “Fortes companhias existentes puderam ser tão bem sucedidos na exploração de oportunidades que não apareceram nos radares destas grandes empresas”.
São exemplos: Bill Gates da Microsoft, Steve Jobs da Apple, dentre tantos outros.
Se você acredita na sua ideia, então não deixe ninguém fazer você desistir dela. Vã até o fim, ela pode mudar a sua vida financeira.
Pense nas frases abaixo:
1. “Esta geringonça tem inconvenientes demais para ser levada a sério como meio de comunicação. Ela não tem nenhum valor para nós”. Memorando interno da Western Union sobre o telefone em 1876.
2. Então nós fomos para Atari e dissemos: “Ei, nós fizemos essa coisa engraçada, construída com algumas pelas de vocês; o que acham de nos financiar? Também podemos dá-la para vocês. Só queremos produzi-la. Paguem nossos salários e trabalharemos para vocês”. E eles disseram: “Nós não queremos vocês. Vocês nem terminaram a faculdade”. Steve Jobs, fundador da Apple, sobre as tentativas de atrair o interesse para o computador pessoal projetado por ele e Steve Wosniak.
Muitos empreendedores não tiveram nenhuma ideia nova para criar um negócio. Mas deram uma nova vida a ele. Isso também é empreender.
As boas ideias não são apenas para criar novos negócios. Você pode ter boas ideias dentro de sua empresa. Maximizar processos, criar novos produtos, idealizar softwares para facilitar a vida das pessoas dentro da empresa, etc. Em 2000 o administrador CAO ganhou o prêmio “destaque do ano” em um centro de pesquisa do governo federal. Ao assumir a gerencia da divisão de serviços gerais fez uma pesquisa nas outras divisões sobre o que era mais útil fazer para atendê-los melhor. Partindo daí, elaborou junto a divisão de informática alguns softwares para resolver alguns problemas institucionais. Foram criados, por exemplo:
1. Softwares para controle das correspondências recebidas e enviadas. Toda as correspondências eram registradas nesse software com todos os dados. Através da matricula do funcionário, ele consegue fazer consultas em qualquer data.
2. Todos os assuntos formais do centro de pesquisa tramitavam através de processos que eram abertos em um setor especifico. Através de um negócio de barra é fácil saber a posição e tramitação do processo, mais ainda, bastava digitar uma palavra chave que o sistema encontrava o processo.
3. Sistema de arquivo definitivo, onde se digitava uma palavra chave e o sistema informa qual a caixa que continha o documento e a localização da caixa na prateleira. Fácil e ajudou muito, e todos aplaudiram as iniciativas. Aqui estamos diante de um empreendedor corporativo.      

Fonte: Apostila Novo Rumo - Ano 2012